São Gonçalo do Amarante é um município brasileiro, localizado na Região Metropolitana de Natal, no estado do Rio Grande do Norte, na Região Nordeste do país. Possui uma área territorial de aproximadamente 249,800 km².[6] É o quarto município mais populoso do estado, atrás apenas de Natal, Mossoró e Parnamirim, com a população no ano de 2022 em 115.467 habitantes.
É um município brasileiro conhecido em todo o mundo por ter sido cenário de um dos eventos mais significativos de toda a história do Rio Grande do Norte e da religião católica brasileira, quando holandeses exterminaram oitenta pessoas no evento conhecido como Massacre de Uruaçu[7][8], ocorrido em 1645. Em 2017, esses mártires foram reconhecidos como santos, na Praça São Pedro, no Vaticano, em uma cerimônia presidida pelo Papa Francisco.[9][10]
Ao longo de sua história, São Gonçalo do Amarante perdeu sua autonomia algumas vezes, até conseguir sua emancipação definitiva em 1958, quando se desmembrou de Macaíba. Abriga, desde 2014, o Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, um complexo aeroportuário brasileiro, que foi o primeiro aeroporto brasileiro a ser privatizado[11] e atende à demanda do transporte de cargas e de passageiros da Região Metropolitana de Natal.
Antes, o território que corresponde ao atual município de São Gonçalo do Amarante era habitado pelos índios potiguaras, entre os quais destaca-se Poti, conhecido por Felipe Camarão, originário de uma comunidade de Extremoz.[1][12][13]
O seu nome deriva de Gonçalo de Amarante, que foi um eclesiástico português, padroeiro da cidade de Amarante em Portugal.[14] São Gonçalo do Amarante teve seus primeiros habitantes apenas no século XVII,[13] os membros da família de Estevão Machado de Miranda, logo sacrificados pelos holandeses no massacre de Cunhaú e Uruaçu, em 1645. Somente em 1689, teriam ocorrido as expedições que deram origem ao repovoamento do local, vindas de Pernambuco, após a expulsão dos invasores.[1][12][13]
No século XVIII, em 1710, próximo ao Engenho Potengi, vieram de Pernambuco e instalaram-se, às margens do rio homônimo, Paschoal Gomes de Lima e Ambrósio Miguel Sirinhaém, naturais de Portugal, junto com suas famílias. Após a instalação, ambos construíram suas residências e foram responsáveis por construir uma pequena igreja, tendo como padroeiro o santo Gonçalo de Amarante. No altar dela, uma imagem do santo feita de pedra foi colocada, dando origem ao topônimo do município.[13]
Em 11 de abril de 1833, durante o governo de Manoel Lobo de Miranda Henrique, foi criado o município de São Gonçalo do Amarante. Em 1856, durante o governo de Antônio Bernardes de Passos, São Gonçalo do Amarante foi atingida por uma epidemia de cólera, que matou um total de 171 pessoas. Em 1868, por meio de uma lei provincial sancionada pelo governador Gustavo Augusto de Sá, o município perdeu sua autonomia, sendo anexado ao município de Natal, capital da província do Rio Grande do Norte. Somente seis anos mais tarde a vila foi desmembrada e novamente elevada à condição de município.[1][12]
Mas cinco anos depois (1879), a população de São Gonçalo do Amarante foi vitimada por um golpe que transferiu a sede do governo municipal para a vila de Macaíba, antes denominada Cuité. Em 1890, alguns meses após o episódio da proclamação da república, o vice-presidente do estado do Rio Grande do Norte, José Inácio Fernandes Barros, elevou a vila de São Gonçalo do Amarante, que pertencia a Macaíba, à condição do município.[1][12]
Com o decreto-lei estadual nº 268 de 1943, São Gonçalo do Amarante mais uma vez perdeu sua autonomia política, voltando de novo a ser distrito de Macaíba, com o nome de Felipe Camarão, e perdendo parte de suas terras, que deram lugar ao atual município de São Paulo do Potengi. Foi somente com a sanção da lei estadual nº 2324, de 11 de dezembro de 1958, que o distrito obteve definitivamente sua emancipação política, e com seu nome alterado, de Felipe Camarão para seu nome atual, São Gonçalo do Amarante.[1][12]
O município tem uma posição destacada no Rio Grande do Norte quanto à sua produção e aos seus recursos culturais. Conta com o Teatro Municipal Prefeito Poti Cavalcanti, inaugurado em 2003 e com capacidade para 238 pessoas, além de ser considerado como o templo de cultura de todo o município, sediando vários tipos de eventos.[78] É a terra natal de Militana Salustino do Nascimento, a Dona Militana (1925-2010), maior romanceira do Brasil e ícone da cultura popular do Rio Grande do Norte.[79] São feriados municipais: 28 de janeiro, dia do padroeiro São Gonçalo; 29 de outubro, dia do patrono São Benedito e o 11 de dezembro, data da emancipação política do município, este último instituído em 1990 e os demais em 1978.[80]
Religiosidade e eventos
A religiosidade em São Gonçalo do Amarante está diretamente ligada ao papel dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, mortos no massacre de 3 de outubro de 1645, pelo crime de amor contra a pátria e sua resistência em combater os holandeses. Também chamados de flamengos, os holandeses invadiram o território correspondente ao atual nordeste brasileiro, para cobrar dos portugueses as dívidas deixadas pela construção de engenhos na colônia. Como resultado desse episódio, poucos sobreviveram e cerca de oitenta pessoas morreram, sendo levadas para comunidades vizinhas e para o Castelo de Keulen, atual Fortaleza dos Reis Magos. Somente em 1989 as vítimas do massacre foram reconhecidas como mártires e beatificadas pelo Papa João Paulo II em 5 de março de 2000. No local desse massacre foi erguido o Monumento dos Mártires, inaugurado nove meses depois.[81]
No calendário cultural do município, os principais eventos são: a festa de São Sebastião, comemorada em alguns povoados do município no dia 19 de janeiro; a festa de São Gonçalo, realizada em 28 de janeiro e feriado municipal; a Festa dos Motoristas no dia 30 de maio; a festa de Santo Antônio no distrito de Santo Antônio do Potengi em 12 de junho; a tradicional festa de Santa Terezinha realizada na comunidade de Guanduba e a corrida de jegues, ambos em setembro; a festas de São Francisco (realizada nas comunidades de Alagadiço Grande e Rio da Prata), de São Benedito, de Nossa Senhora do Ó (no povoado de Rego Moleiro) e a comemoração aos Mártires de Uruaçu, no mês outubro; a festa de São Judas nos povoados de Jacaré-Mirim e Uruaçu, em novembro e as festas de Santa Luzia (realizada na Igreja Nova e na comunidade Serrinha) e de emancipação política, em dezembro.[1]
Culinária e artesanato
Na culinária de São Gonçalo do Amarante, são pratos típicos tradicionais o camarão, a galinha caipira e vários outros crustáceos. Na zona rural do município, está localizada a comunidade-referência na gastronomia da Região Metropolitana de Natal: a comunidade Pajuçara, que é pouco populosa, mas dispõe de vários estabelecimentos onde o camarão é o prato típico mais consumido. A partir deles, diversos pratos derivados são preparados, como o camarão gratinado e o pirão de camarão, combinado ainda com outras comidas. Além do camarão, também se destaca a produção de doces e licores com sabor de frutas tropiciais, na comunidade de Rio da Prata.[82][83]
O artesanato é outra forma espontânea da expressão cultural gonçalense, sendo possível encontrar em várias partes do município uma produção artesanal diferenciada, criada de acordo com a cultura e o modo de vida local. Alguns grupos reúnem diversos artesãos da região, disponibilizando espaço para confecção, exposição e venda dos produtos artesanais e feita com matérias-primas regionais, como argila, cipó, retalhos e sisal. Normalmente essas peças são vendidas em feiras, exposições ou lojas de artesanato, como o Mercado de Artesanato, localizado no distrito de Santo Antônio do Potengi às margens da rodovia estadual RN-160.[84][85]
De acordo com a lei orgânica de São Gonçalo do Amarante, promulgada em 3 de abril de 1990 e alterada por emendas posteriores, a administração municipal se dá por dois poderes, independentes e harmônicos entre si, o executivo e o legislativo. O primeiro é representado pelo prefeito e seu gabinete de secretários. O segundo é exercido pela Câmara Municipal, formada por dezessete vereadores. A sede da câmara, instalada em 1° de abril de 1960, é o Palácio Poti Cavalcanti, antiga cadeia pública.[38]
Em complementação ao processo legislativo e ao trabalho das secretarias, existem também alguns conselhos municipais em atividade: Alimentação Escolar, Assistência Social, Direito da Criança e do Adolescente, Educação, da Mulher e Saúde.[20] São Gonçalo do Amarante abriga uma comarca do poder judiciário estadual, de segunda entrância, instalada no Fórum Desembargador Ivan Meira Lima.[39] Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, São Gonçalo do Amarante pertence à 51ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte[40] e possuía, em abril de 2022, 71 400 eleitores, o que representa 2,836% do total do eleitorado potiguar.[41]
Sem informações até o momento
HINO OFICIAL DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE/RN
Nos primórdios da tenaz vila Amarante
No recomeço, o florescer de uma nova terra
Das batalhas ante o mal é que ressurges
Tens na fonte a origem que hoje nos revela
Virtuosa Terra mãe da liberdade
Edifica-te às margens do Potengi
Santas águas de Pascoal e de Ambrósio
Entre tantas outras mil chegar aqui
Lindos campos, vale verdejante está
Fértil, vívido, tua fauna, teu florar
Bela aurora dessa história potiguar
Salve o povo resplandece o seu sonhar
Deste novo solo em berço transformar
Nova paz e amor eterno despertar
Há na terra quem dirá
De justiça a vida se encherá
Sou rebento deste amor gentil
São Gonçalo do Amarante do Brasil
O teu passado se revela
Glorioso em teu futuro
De força paz amor e muito orgulho
Soberano e culto é o teu sãogonçalense
Teu folclore, tua plêiade a bradar
Somos parte desta terra muito amada
Sou do berço da cultura popular
No hastear de tua bandeira entoa o canto
De quão formoso alaúde a decantar
Valoroso sonho, vosso amor à pátria
Em teus mártires presente a força está
O teu brasão em punho alto a tremular
Nossa herança, justo zelo a confirmar
A nação que se preciso vai lutar
Bravos filhos tua grandeza a congregar
Em teu tempo a esperança há de brilhar
Sempre forte no horizonte o nosso olhar
Há na terra quem dirá
De justiça a vida se encherá
Sou rebento deste amor gentil
São Gonçalo do Amarante do Brasil
O teu passado se revela
Glorioso em teu futuro
De força paz amor e muito orgulho
BRASÃO DO MUNICÍPIO
Formado de origem portuguesa, 6 x 5 módulos, encimados pela coroa mural. No campo prateado, o alaúde, homenagem ao Padroeiro da cidade, lembrando uma evangelização: cruzes, símbolos do primeiro marco da fé cristã no Brasil. Ondas azuis, caracterizando o rio Potengi, a engrenagem, polo industrial: folhas de bananeiras, representando a agricultura de maior fonte de renda da região. Na faixa vermelha, datas históricas e o topônimo do município.
BANDEIRA DO MUNICÍPIO
A Bandeira do município de São Gonçalo do Amarante, Estado do Rio Grande do Norte. Foi criado pela Lei Municipal nº 223, de 17 de abril de 1978, sancionada pelo prefeito HAMILTON RODRIGUES SANTIAGO, duas vezes prefeito da cidade, eleito em 15 de novembro de 1976 e em 05 de outubro de 1996
É constituída de um retângulo azul com listéis vermelho e branco em cruz simbolizando a fé, a nobreza e a tradição do poder, tendo no centro da esfera a seis módulos da tralha. O escudo do município.
BAMBELÔ DA ALEGRIA
Bambelô da Alegria de São Gonçalo do Amarante/RN: tradição, cultura e muita diversão que contagia toda a cidade! Vem participar dessa festa![...]
BERÇO DA CULTURA POPULAR
Um grande festival de arte popular, já incluso no calendário de eventos, com apresentações de diversos grupos locais, de outros municípios e[...]
BOI DE CALEMBA PINTADINHO
Boi de Calemba Pintadinho, folguedo tradicional de São Gonçalo do Amarante/RN, celebra cultura popular com dança, música e cores vibrantes.
CAPELA DE UTINGA
Utinga representa uma das povoações mais antigas de São Gonçalo do Amarante.
CONGOS
Congos de São Gonçalo do Amarante (RN) são manifestações culturais tradicionais que celebram a história e a religiosidade local.
CULINÁRIA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE
Na culinária de São Gonçalo do Amarante são pratos típicos tradicionais como o camarão, a galinha caipira, carne de sol, carneiro torrado, b[...]
GALO BRANCO DE DONA NENÉM
Um dos momentos mais importante de São Gonçalo do Amarante foi a escolha do Galo Branco como símbolo do folclore Norte-rio-grandense.
IGREJA MATRIZ
Igreja Matriz Em outro altar temos os Santos de Roca.
PASTORIL DONA JOAQUINA
É uma tradição centenária de São Gonçalo do Amarante e voltou a tomar força com a oficialização do pastoril Dona Joaquina, em 2005.